segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Obra Análoga - Conjunto Habitacional Elemental em Paraisópolis

Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto habitacional de Alejandro Aravena para a favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, é o primeiro feito pelo arquiteto chileno no Brasil. Com 40 m² de área, os apartamentos podem ser expandidos pelas famílias, que devem seguir o projeto do escritório de arquitetura chefiado por Aravena: o Elemental. As obras estão previstas para começar em agosto deste ano. 

Em entrevista concedida ao repórter Mario César Carvalho para o jornal Folha de S. Paulo, publicada na segunda-feira, dia 19 de julho, Aravena conta que privilegiou a “qualidade da moradia”. Segundo ele, “a política previa 40 m² para sala, cozinha, banheiro e dois dormitórios. Tudo ruim. Foi aí que surgiu a ideia central do Elemental: é melhor fazer meia casa boa do que uma casa ruim. Mas se você olha 40 m2 como metade de uma casa boa, a pergunta é: que metade fazemos? A resposta foi: a metade que uma família nunca vai fazer bem”, disse o arquiteto à Folha.

De acordo com Aravena, esta parte que deverá ser custeada pelo Estado corresponde ao banheiro, a cozinha e a estrutura. “É preciso levar o DNA da classe média para a favela, para que a habitação se transforme em investimento e deixe de ser gasto social”, acrescenta o chileno.

Essa ideia, aliás, já havia sido aplicada por Aravena no conjunto habitacional Quinta Monroy, em Iquique, no Chile, onde os apartamentos de 36m² podem ser ampliados pelos próprios moradores para 70m².

Para Aravena, o programa governamental “Minha Casa, Minha Vida” deixa a desejar quando não aproveita a capacidade das famílias para construir parte dos imóveis por conta própria. 

Formado pela Universidade Católica do Chile em 1992, Alejandro Aravena ganhou o Leão de Prata na Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2008. Em 2004, foi eleito pela revista norte-americana “Architectural Record” um dos dez profissionais com maior projeção na vanguarda arquitetônica. É autor de projetos como um edifício para o Campus da Vitra, na Alemanha; a Escola de Medicina e as Torres Siamesas, no Chile.


 

    Um comentário:

    1. Em entrevista à Folha de SP o arquiteto Alejandro Aravena menciona que o programa governamental “Minha Casa, Minha Vida” deixa a desejar quando não aproveita a capacidade das famílias para construir parte dos imóveis por conta própria. Acredito que o sucesso para que este tipo de projeto seja bem sucedido é a participação popular, visto que saber as reais necessidades do usuários tem grande influência na satisfação do cliente.

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